Uma vitrine de incertezas.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Isso

A dor inexplicável
Que se sente
Pelo inexistente,
O inalcansável.

A solidão
De um corpo morto
Putrefato há décadas
Até os vermes se cansaram.

A angústia
De esperar por nada acontecer
E ficar ansioso
Quando chega a hora de renascer.

Tão vazio, tão sem vida...
Tão feliz
Para uma alma apodrecida.

sábado, 15 de maio de 2010

Amizade

Conheço-te mais que ti mesma
Sei que não és mais lerda que uma lesma
Como pensava nos tempos em que era acéfalo.

Provou-me que conhecendo a desconhecida
Gera sempre uma prosa divertida
Nem sempre tão produtiva
Quanto madrugadas de sábado a fio
Escrevendo sobre a maldita vida.

Puderas tu, assim, chegar sem saber de onde veio
E proferir, ainda sim, as palavras de meu devaneio !?

Fazes de um jeito inconsciente
Se tornando indispensável
Para que eu tenha sempre
Um fim-de-tarde-noite agradável.

Motivo

Com duas novas sombras
Que me seguem e me assombram
Ao ponto de eu me virar e disparar:
-Pare!
E ninguém está lá
Quando me viro,
Duas faces tristes
Estão a me olhar.
Paro. Olho para os lados
E então, pergunto:
-O que vós fazeis, grandes faces ambulantes,
tão tristes... nunca pensaram em serem amantes?
E elas se olham, e então cabisbaixas juntas dizem:
-Talvez este seja o motivo, caro jovem.

Muro

Falta-me coragem
Para andar sempre nesta linha
Do muro que corta
A perda da sua alma
Da salvação da minha.

Tenhas sempre um amigo que te agarre
Para que tu proves as dores
E para que antes que desmaie
Ele possa servir como um escudo contra os amores.

Preciso me esquecer
De mim mesmo
Para conseguir não lembrar
De você.

Preciso enaltecer-me
Antes que um grão de areia
Tome meu espaço neste medíocre
Resquício de humanidade.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Espero

Só espero que possamos estar juntos
Em algum momento.
Eu ainda me pergunto
Por que estou enfermo.

Te desejo aqui
Para poder suprir
E fazer sumir
Tudo isso que eu senti.

Desejo seu abraço,
Sei que seria mais
Que apenas um amasso.

Desejo a tua boca
Sei que poderia mais que beijar-me
Poderia proferir as palavras certas
Para acalmar-me.

E apenas espero
Para que possamos ficar juntos
Algum dia.
Algum dia.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Como agir !?

Como agir com tal fato corriqueiro !?
Que me suga rápido, me suga por inteiro
Tão triste como receber a notícia de uma cirrose
Ou ser como um sujeito desprovido de heautognose
Esclarecido para o mundo,
Preso pela mente.
Pela própria mente.

Nunca tive

Seu corpo frio, inverno prazeroso.
Sinto um uniforme arrepio
Como todo esse papo amoroso.

O que eu nunca tive
Me faz mais falta do que aquilo que eu já perdi
Desejo sempre apenas um deslize
Para sentir o que eu ainda não senti.

Mostre-me o caminho
Para tediosos amores
Não quero ficar sozinho
Apenas com um túmulo cheio de flores.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Um grande nada

Em resposta aos seus estímulos faciais
Outrora, os que me foram essenciais
Escrevo-lhe essa carta, que contém verdades inanimadas
E os sentimentos necessários para você, a velha garota mimada.
As desculpas por não ter mais o que dizer
Onde o meu erro foi não "fazer"
Queria que você soubesse que eu relembro de tudo
Como um grande nada
Como um grande nada em minha vida
A sua alma estava vazia
Como agora, a minha está.
Sua dignidade jazia junto com seu amor.
Agora, com orgulho e dor, digo que não me importo.
Pois tudo se parece apenas com um grande nada
Um grande nada.
Sua vida não está mais atordoada
Com os meus desejos e pinceladas
Não está mais felpuda, cheia de caprichos e desejos.
E sim, cheia de alegres e coloridos enterros.
Inevitavelmente, tenho de lhe dizer
Não foi bom te conhecer
Pois meu passado agora significa
Um grande nada.

Passagem

Abertamente me atraio para fatos cognitivos
Onde isso pode se tornar abrupto
Não há mais sentimentos ou incentivos
E o trabalho se torna interrupto
Suspenda e suspire
Entenda e inspire.
Surpreenda para continuar nas mentes
Ou espere.
Até que ninguém mais aguente.

Ansiedade

A ansiedade se confunde com a volição
Logicamente à vontade quanto ao seu estado de atenção
Contestada, de perto, por um minuto de pura emoção.
Emoção desfalcada no momento mais precioso
Não há pensamento que a atraia.
Um processo onde o fraco desmaia
E o mais certo é continuar a ser ocioso.

Tempo livre que me mata de tédio
Tempo livre que me mata de desgosto.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ilusão

Desprenda-se das opiniões
Viva em suas próprias ilusões
Não olhe para trás,
Não veja o perigo.
Não olhe para trás,
O perigo está a sua frente.

Partas com a cabeça baixa
Não olhe para os outros
Não se iluda com sonhos alheios
Pois eles nunca se juntarão.
Você nunca irá conseguir
Por seus próprios meios.
Mas, cada tentativa
Não será em vão.

Amar-te-ei como ti mesma
E purificar-te-ei
De todos os males causados
Pelo seu breve enterro
Friamente sujo pelo aterro
De ideias que a sua mente compõe
E em composições de descomposição
Minhas ideias acabarão se esvaindo
E novamente seu corpo irá caindo
Em um curto conforto da mente
Para nossas ideias se encontrarem
E causarem um desconforto decorrente.

terça-feira, 23 de março de 2010

Sentido oposto

Oterid e otiertse
É ohnimac o euq
,Rebas atsab sam
Etnemasodadiuc ol-uiges
Etisrt res edop
Êcov arap e mim arap.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Meia linha

O Sol, astro maior, jazia vagarosamente em ré menor.
Já a Lua, estava lá desde dia, estranhamente ela me sorria.
Enquanto o Sol, brilhava apenas para completar o degrade
A Lua vinha me dizendo : Vamos ser só eu e você ?
Mentiras de uma vida transparente
Sorrisos apenas aparentes
Me fazem deixar um espaço vago em meu pensamento
E o vácuo é o que me separa da Lua neste momento.

Não se ama sem algo a odiar.
Não se alegra sem algo a se entristecer
Não se esquece sem antes se lembrar
Não se morre sem antes viver.
Se a nossa vida pertence a nós mesmos,
Porque deixamos sempre nas mãos de outros
E nunca aprendemos ?

sexta-feira, 5 de março de 2010

Movimento aparente

O movimento aparente do meu pensamento
Me faz crer que o futuro pode ser vivido neste momento.

Tê-la junto quando eu não poderia
Toca-la quando eu não alcançaria
Poderia fazer teus olhos arderem como deveriam
E ver o que os pobres apaixonados sentiam.

O movimento aparente de meu pensamento
Me faz crer que você está perto
Avancei uns três, quatro anos
E eu posso até te ver
Pena que eu só posso crer
E o que é aparente, não vai acontecer.

Linhas

Eu fujo das linhas
Mas elas me seguem
Me fazem ficar reto
Quando nem minhas vértebras conseguem.

Eu fujo das linhas
Como um fim foge do inicio
Tanto faço e tanto escrevo.
Mas só vejo um enorme desperdício.

Não sei o que me motiva
Mas uma reta ainda existe
Minhas letras parecem fugitivas
Mas em deixa-las no eixo, a linha insiste.

Um texto pobre


Um texto pobre
Pobre de tudo
Pobre de vocabulário
Pobre de conteúdo.

Um texto pobre
Todo fodido.
Sem nenhum contexto
Sem nenhum sentido.

Um texto pobre
Com mais erros que um afresco
E mais mentiras que uma promessa
Um texto que todos leem com pressa.

Um texto pobre
Não vai para nenhum armário
Vai ser descartado
Assim como quem o escreveu. O otário.

A tudo que não fosse

Eu nunca falhei com você
Tudo que eu queria eu podia ter.
Desde teu corpo estendido em minha mesa de jantar
Até o cálice com o seu sangue, para eu poder desfrutar.

Desde teu cérebro congelado
Para um dia entender o que me deixou atordoado
Até o seu coração em uma panela no fogo
Para ver se você também aguenta o sufoco.

Poderia descer até o céu e subir até o inferno
Poderia resistir a quase tudo.
A tudo que não fosse o teu frio interno.

Ela se cansou

Em meio aos livros e roupas bem passadas
Na sua mente, cansada de suspiros e planos de 'escapadas'
Ela se cansou da vida simples
Ela se cansou das pessoas medíocres
E de toda coisa que a faz passar mal
E vomitar no momento que lhe parece ocasional.

Cansou de seguir as estações
E de escapar de altos espirros.
Cansou de perder o seu fulgor em algo desnecessário
Desnecessário como o remetente e o destinatário
Cansou de assinar as cartas
E de sair correndo das baratas
Agora assina as baratas.
Cansou das pessoas em geral
E de toda coisa que a faz passar mal
E vomitar no momento que lhe parece ocasional.

Cansou de secar o seu cabelo
Também cansou de fazer apelos.
Achou que seu cachorro poderia ser um gato
Então pois ele para correr atrás de um rato.
Cansou das fases da lua, então toda vez que a via
Saia para a rua.
Tantas as vezes que não julgou mais
Mais vezes. Não mais.
Cansou de tudo que era digital
Cansou de tudo que era sempre igual.
E de toda coisa que a faz passar mal
E vomitar no momento que lhe parece ocasional.

terça-feira, 2 de março de 2010

O que eu mais quero

Eu sou quem eu quero ser
Eu desejo o que eu quero desejar
Eu vejo o que eu quero ver
E digo o que me vem a calhar

Eu morro a hora que eu quiser morrer
Eu penso o que eu quero pensar
Eu corro quando eu quero correr
Mas não amo quem eu quero amar.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Como você pode

Como você pode roubar meu tempo
E ainda fazer eu pagar os honorários ?
Como você pode roubar minha mente
E fazer eu pensar em você todos os horários ?
Como você pode pegar minhas mentiras
E transforma-las em verdade ?
Como mesmo estando tão longe
Completar a minha metade ?
Como faz eu dizer coisas tão clichés
Sem com que eu me arrependa ?
Como faz eu questionar tantos porquês
E ainda fazer com que eu não entenda ?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Entre as linhas

Agora, livre de palavras complicadas, podendo as usufruir antes de morrer de morte matada. Até o amanhecer, depois do sol se por, a alvorada irá se romper junto com seu amor. De tarde enquanto ela dizia, que sua alma em um poço jazia, nada mais que promessas vazias, que seu único pensamento vivo encontraria um poder divino, vidas ultrapassadas e amores futuristicos, platonicos por natureza. Pessoas derrotadas, sonhos antigos, revelando a sua beleza.

Longe

Longe de ser indispensável
Longe de ser apresentável
Longe de ser perfeito
Perfeitamente do seu jeito.

Longe para ouvir um assobio
Longe para sentir um arrepio
Longe de te fazer sentir
Perto para te fazer rir.

Longe de fazer sua cabeça
Tão longe, que talvez você até se esqueça.
Assombrado por um sonho ruim
Um sonho em que eu tinha você perto de mim.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Não quero

Escondendo as lágrimas, atrás das humilhações
O que é pior ? Só você pode decidir
Num inferno de desejos e tentações
O que vai acontecer ? Só você pode decidir

Eu não quero ter que te esquecer
Eu não quero ter que queimar você
Você não quer me deixar em paz
Quer fazer um tumulo, já.

Eu perdoo seus acertos
Eu condeno todos os seus erros
Me apaixonei no seu deslize
E fujo em frases clichês
Lembrando do que os poetas dizem

Um louco qualquer

Tudo tão vazio, tudo tão sombrio
Paredes de sangue fechando um quarto cheio de armadilhas
Pessoas conversando, e se entupindo de cafeína.

A TV em preto e branco, passa a ficar colorida
Mostrando seus sonhos desabarem com todas cores possíveis
A TV em preto e branco, foi destruída
Mostrando estranhos momentos perfeitos de pura solidão.

Um louco qualquer, ambições e amizades
Um louco qualquer, corações e igualdades
Um cara qualquer, álcool e destruição
Um cara qualquer, drogas e prostituição.

Todas as doenças, grátis, levadas pela enxurrada, grátis.
Não pague por esse horrorshow.
Pague para arrancarem sua alma, pague para te silenciarem.
Depois de tanto escândalo, a maquiagem borrou
Depois de todo esse escândalo, seu cabelo ensebou
Depois de todo esse escândalo, ela te esnobou.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Vida breve, vida comum

Vida breve, vida comum. Eu caminho todo dia
O dia inteiro, sem caminho algum
Tudo me lembra um triste sonho vazio
Onde tudo, até o sol é sombrio.

Não me lembro de quando pisei lá pela primeira vez
Mas logo me deram boas vindas.
Estava sozinho, e ainda estou.
Nada me completa, nem um sorriso restou.
Não me lembro de quando pisei lá pela primeira vez
Mas logo me deram boas vindas
Me senti como simples gosmas
Tendo de ser engolidas.

Vida breve, vida comum. Eu caminho todo dia
O dia inteiro, sem caminho algum
Tudo me lembra um triste sonho vazio
Onde tudo, até o sol é sombrio.

O caminho, eu juro que posso ver
Mas há um fogo ardendo
Pelo qual eu não posso passar
Devo entender o que está acontecendo
Eu ainda não consigo passar

Não me lembro de quando pisei lá pela primeira vez
Mas logo me deram boas vindas.
Estava sozinho, e ainda estou.
Nada me completa, nem um sorriso restou.
Não me lembro de quando pisei lá pela primeira vez
Mas logo me deram boas vindas
Me senti como simples gosmas
Tendo de ser engolidas.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sentir para saber

O problema de achar e não ter certeza
De gostar e não querer
Amar e não poder

A exaustão causada por sonhar
E a frustração deixada de lado
Apenas para caminhar
E respirar sem ser sufocado

Antes de sentir para saber
E de provar para se esquecer
Coisas legais para dizer
Na duvida do que fazer

Antes de sentir o que era para sentir
A raiva já me consome
E de viver o que eu não vivi
Para sempre, o meu ódio some

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O amor se desfez

Antes que fosse tarde para amanhecer
E fosse cedo para se esquecer
Ela o amou uma ultima vez.
Seguidamente de 2 facadas
O amor se desfez.
Ele jogou seu corpo morto pela sacada
E pulou logo em seguida.
Não teve outra ida.
Apenas uma partida.

Epónimo

A vida, dura como sempre
Se torna difícil para quem não entende
Para o que compreende, se torna impossível
O paraíso se torna sempre mais evidente
E em ideias, sua mente se afoga
Seu coração, fraco, apenas se afoba
Tarde para consertar o estrago
Pegou seu cigarro e deu um ultimo trago.
Leu um ultimo livro, e enfim, deu um ultimo tiro.

A atitude teve um sinonimo
Seu ato infantil se tornou um epónimo.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Apenas uma partida

Antes que fosse tarde para amanhecer
E fosse cedo para se esquecer
Ela o amou uma ultima vez.
Seguidamente de 2 facadas
O amor se desfez.
Ele tacou seu corpo morto pela sacada
E pulou logo em seguida.
Não teve outra ida.
Apenas uma partida.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Abri a geladeira, peguei duas cervejas

Um problema de dedução lógica, talvez. Mas, meus caros amigos, o que vou lhes contar, nenhuma autoridade sabe.
Manhã de uma quarta feira. Conversava com meus amigos, Mary e Tim. Eles me falavam coisas horríveis. Tão horríveis quanto a maquiagem de Mary, que a deixava pálida, enquanto seu olho, todo sombreado de um preto tão escuro quanto as mais profundas fossas abissais, demonstrava pânico à medida que Tim chegava a tal parte da história. Eu era muito leal, mas minha segunda intenção não. Coisas feitas com Damien, experimentos químicos, como encher seus pulmões com nitrogénio liquido, após darem a ele um chá com o veneno mortal de uma planta rara do deserto. Eu fiquei abismado quando soube que Damien teria tido esse fim trágico. Lou chegou. Ele havia trazido o meu café, preto e forte. Precisava de muita cafeína, pois, embora por fora eu parecia simpático, a minha mente trabalhava a todo instante. Me retirei junto a Lou. Na verdade encontrei Mary a caminho do parque naquele nublado meio de semana. Ela, como era educada, mesmo não sendo enquanto matava homens em vão, me chamou para encontrar Tim no parque. Ela disse que queria me contar alguma coisa. Saí de casa mais para encontrar Lou no parque, exatamente as 9:30, tínhamos um compromisso, do que vagar com ela, mas já que tínhamos o mesmo destino, fui.
Logo após o assunto acabar, eu e Lou nos retiramos do local. Eu havia pensado em algo. Como estava lotado em dividas e pretendia fugir, pensei em fazer algo mau antes. Contei a Lou meu plano, ele calado aceitou. Na verdade, a única coisa que eu disse é que sábado, às 14:00 horas, ele deveria interfonar no meu apartamento. Fui com Lou até a casa de sua mãe, e depois, voltei para meu apartamento. Liguei para Mary, e convidei ela e Tim para um churrasco no sábado. Comprei carvão e carne no mercado com um cheque sem fundo... mas até descobrirem, já estaria longe. Voltei para casa, abri a geladeira e tomei uma cerveja enquanto assistia ao fim do meu programa favorito.
Passou quinta feira, e na sexta, fui até a casa de meu tio pegar 2 churrasqueiras portáteis. Cheguei, as instalei no banheiro. Sábado veio rápido e, 30 minutos atrasados, eles chegaram 13:30. Conversamos um pouco e então, pedi para Tim ir de carro buscar mais carne, pois tinha esquecido de comprar. Enquanto ele saiu, disse para Mary se sentar. Abri a geladeira e peguei duas cervejas. Empatia. Ofereci uma a ela, ela aceitou. Fiz que voltei para a cozinha, mas dei a volta no sofá. Peguei na boca dela por trás, enquanto minha outra mão agilmente a asfixiava. 2 minutos nessa posição e ela estava em um lugar melhor, mas, só por precaução, a amarrei e coloquei fita em sua boca. Arrastei seu corpo ao banheiro, e lá, esvaziei seus bolsos. Tim voltou com as carnes. Agradeci, coloquei na mesa. Peguei a faca, e fui cortar a carne. Disse a ele que Mary havia ido ao banheiro. E ela estava lá mesmo. Abri a geladeira, peguei duas cervejas. Empatia. Dei uma a ele, e ele me disse "Sabe, acho que fomos duros demais com Damien, sei que você era amigo dele, de infância aliás, mas achei que ia querer nos matar por isso, ele disse rindo, Gostei que me chamou". Um sorriso apareceu no meu rosto. Nesse mesmo momento, agarrei a faca mais firme, me virei e cravei ela no seu peito. Ele, com os olhos esbugalhados e espantados, gemeu. Agarrei ele pelo colarinho da camiseta, e o arrastei até o banheiro. Mary estava viva, Tim também. Os deixei ali, e antes de sair do banheiro, chutei a cabeça de Tim. Voltei para a cozinha, peguei o carvão e acendi as duas churrasqueiras no banheiro. O interfone tocou. Saí e tranquei o banheiro, depois joguei a chave pela janela. Desci pelas escadas, o porteiro me disse que o alguel estava atrasado. Respondi algo como "vá se foder" e fui com Lou, confuso, até a rodoviária, comprei uma passagem pro próximo ônibus. Estava indo para São Paulo.
Lá, na rodoviária vi uma banca, nela, um jornal estampava : "Rapaz se tranca no banheiro com sua namorada e duas churrasqueiras acesas". Li a chamada e lá estava assim : O rapaz, aparentemente, após amarrar sua namorada e asfixia-la, ligou as churrasqueiras, trancou a porta e deu descarga na chave. Ele se suicidou."

Anorexia e amor

Eu te amo tão superficialmente, quanto os meus ossos sob a minha pele, sem carne. Amo tão silenciosamente, quanto um ladrão anda sem querer disparar o alarme. Eu odeio ter que admitir, mas sem você, eu iria continuar a existir. Agora só penso em cada dia ficar menor, e quem sabe, você também irá pesar menos em minha mente.

Não correspondido

Deitado, ao lado dela, vendo as nuvens deixarem o Sol aparecer, por dentro, meu coração gela, enquanto ela canta para se esquecer. Tantas noites foram perdidas, agora, sentindo apenas a leve brisa, ela insiste em se lembrar de um tempo perdido, mas que para mim, não tinha ido. Gritos ecoando em minha alma vazia, me lembrando de cada dia, de cada dia. Em especial, o dia em que eu passei mal, e quase quis voltar para a rua movimentada, olhei para trás, e alguém estava a beijando, não sabia se era eu, ou ela que devia ser atropelada. E como já disse antes, não havia esquecido disso, pois com a memória que me deram, essas histórias viraram terríveis contos, que aos poucos, me desesperam. Deitado, ao lado dela, vendo os sonhos voltarem, eu apenas inclino o meu rosto e ali, não consigo enxergar nenhum desgosto.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Algumas frases

Mesmo estando longe da sua mente, continua sendo forte sua pronuncia, um amor inconsequente com gosto de enorme renuncia.

-

Não importa a sequencia dos fatos se o fim é sempre o mesmo.

-

Eu não desejo a morte assim como pensam, eu só penso como quem morre desejando viver.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Morte

Muitos na sala de espera, na sala de espera prestes a serem chamados. Como eles têm sorte, pena que ficam apavorados. Muitos não esperam, não esperam e vão até a morte. Como são sortudos, pena que são imaturos. Eu vivo, eu vivo e não aguento. Eu espero e perco a paciência. Eu vou até a morte, e o medo atrasa a consequência.

Tranquilo momento

Com o som ligado, na minha escura e sombria sala
Tranquilo momento nostálgico, ao fundo, uma musica que fala
"Não olhe para trás, para não ver o perigo"
Imaginei aquele dia, quando com um toque você me chamou
Eu não tinha te reconhecido, Mas junto com a chuva você chegou.
Surpreendentemente linda, eu tive de estranhar.
O tempo tinha passado, e eu ainda, não havia me apaixonado
Igual por você, e então, você me disse que estava grávida
Minha face deslizava, eu estava no chão, minha fala ficou paralisada.
Tanto tempo esperando para te ver, sabia que eu teria uma surpresa
Mas, ali, naquele momento de pura estranheza, eu te parabenizei.
E hoje, em minha solidão, em minha única carta que eu deixei
Você irá ler : " Tenha sorte em sua vida, não faça como eu
Não se resuma em uma partida. "

Preso

E então, levemente subia as escadas
Para chegar em seu cômodo preferido
Para olhar na janela, procurando seu amor escondido
Haviam vários posteres dela em seu quarto
Mas, sua memória, que mais parecia um armário
Em vez de roupas, em vez de diário
Havia lembranças de um presidiário
Que tinha em sua mente,
O seu amor preso, um amor inconsequente

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Garota Rockabilly

Entre um povo clichê e outro, ela fica no meio
Tem opnião formada sobre aborto, e de posers, está de saco cheio.
Um mundo meio pop art é o que ela deseja
Filmes bons, não importa a década que seja.

Garota rocka, rocka, rockabilly
Garota rocka, rocka, rockabilly
Rocka, rocka, rockabilly !

Uma paixão estilo Johnny e June
Faça você mesmo, e os fracos se unem
Garotos topetudos, mostram o poder
Levante o seu, se quiser ter

Garota rocka, rocka, rockabilly
Garota rocka, rocka, rockabilly
Rocka, rocka, rockabilly !

Deixar de viver

Eu imagino a sua voz, eu imagino o seu cheiro, e então eu posso sentir aquele desespero como sempre, como sempre estou sozinho, não posso te tocar nem te ver, posso apenas imaginar como seria bom te conhecer. Estou fraco, estou perdendo minha fome, agora posso sentir as vagarosas batidas do meu coração, batendo levemente no meu pulso e a coisa mais pesada que se tem é aquela lágrima que escorre desenhando o meu rosto espantado. Você está tão perto, não sei se sou eu que estou ficando louco, mas posso sentir a sua respiração, enquanto te abraço. Mas não, eu estou sozinho, encostado na parede do meu quarto. Tudo está trancado, as janelas não mostram a luz do dia. Tudo o que eu sei, é o que eu não posso fazer. Estou sozinho, prestes a adormecer, acho que não vou resistir. Minha morte será tranquila, fácil de se lidar. Difícil era viver para você sem poder te ter. Novamente, irei sonhar com o seu rosto, mas agora, sonharei pela eternidade.

Seu medo

Até o caminho do meu catarro, que sai dos meus pulmões direto para a cara de um sujeito é mais lento que o seu medo, suspeito. Suspire, inspire até os mais durões, faça eles chorarem, arranque seus corações. Estarei ao lado observando, respirando por tubos, coçando o saco. Quanto você terminar, já irá ter acabado. E então, finalmente eu irei sorrir de felicidade, você não foi perfeita dessa vez.

Sentimento fingido

Sim, criança eu sou, brinquei com os seus sentimentos, em breves momentos até eu pensava que podia mesmo te amar. Que tolo poderia acreditar ? Provou mais uma vez ser esperta, você aprende rápido, é tão culta e alerta. Meus pêsames por aqueles ataques idiotas e um sentimentalismo meloso, ligados por um coração medroso. Não seria uma difícil opção me odiar, quando estava tão fácil querer me matar, mas na verdade eu não me importava. Não me importava com você, e eu sei que isso te alivia, eu conheço muito bem tudo aquilo que você sentia. Ainda dói pra você me ver aqui, ainda é engraçado te ver sorrir. Não esperava que você aguentaria tanto, não pensei que você acreditou que eu estava em prantos.

Telefonema



Quando ela atendeu o telefone, me esqueci de tudo... dos problemas, das cobranças. apenas não esqueci de viver, pois meu motivo estava lá. sussurrando as palavras certas no tom mais doce e suave possível. sentia que ela me abraçava naquele frio inverno, ela me dizia que agente iria se ver e que tudo que ela esperava era me ouvir. senti seus braços envolvendo meu corpo em uma sintonia perfeita naquele breve momento, que não durou mais de um minuto. eu dizia para ela que a amava, e que de tudo fazia apenas para vê-la. encontrei o amor onde menos esperava, senti sem saber se era real, ouvi palavras que nunca mais ouvi coisa igual. suspirei o mais doce dos sonhos. naquela noite a lua brilhou mais, as estrelas estavam incomparáveis, no céu eu via seu sorriso, ao meu lado o teu coração.

4:23



E então, o sangue escorreu em minha faca, uma vez, foi o sangue que me corroeu, deixou minha alma fraca.Ele ultrapassou os limites do metal e caiu em minha bota, que estava suja de cal. A madrugada corria lentamente, tive tempo de arrasta-la para o jardim, ainda consciente. A deixei ali, agonizando um pouco, enquanto agarrei a pá e a ameacei, para seu sufoco. Para o seu sufoco, eu tinha algo pior, retirei a ameaça e comecei a cavar em um lugar que me parecia melhor. Em baixo da árvore, no mesmo lugar em que meu coração havia virado mármore. Aonde eu soube que aquilo não me levava a nada, e só a matar faria minha mente ficar aliviada. Terminei, voltei e ela havia se arrastado até perto da porta, chutei sua perna até ficar torta. Então, terminei o serviço, marquei a pá a altura do pescoço e a voltei, com a força certa para despedaçar um osso.
A peguei no colo uma ultima vez, e a joguei no buraco, exactamente às 4:23.

Construiu

Não queria mais sentir calor, nem frio.
Um ultimo suspiro, um ultimo arrepio.
Arrepio de quem foi tudo de madrugada
Mas logo pela manhã, já não será mais nada.
Antes que fosse cedo, sentiu as estrelas pesando
Seu breve sossego. À sombra do luar,
Assombrado por flutuar, em sua mente
Que só pensava em voar.
Construiu, um belo lugar.
Construiu, o seu lar.
Finalmente, pôde repousar. E ao seu lado
Novamente ela ia estar.