Uma vitrine de incertezas.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sentir para saber

O problema de achar e não ter certeza
De gostar e não querer
Amar e não poder

A exaustão causada por sonhar
E a frustração deixada de lado
Apenas para caminhar
E respirar sem ser sufocado

Antes de sentir para saber
E de provar para se esquecer
Coisas legais para dizer
Na duvida do que fazer

Antes de sentir o que era para sentir
A raiva já me consome
E de viver o que eu não vivi
Para sempre, o meu ódio some

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O amor se desfez

Antes que fosse tarde para amanhecer
E fosse cedo para se esquecer
Ela o amou uma ultima vez.
Seguidamente de 2 facadas
O amor se desfez.
Ele jogou seu corpo morto pela sacada
E pulou logo em seguida.
Não teve outra ida.
Apenas uma partida.

Epónimo

A vida, dura como sempre
Se torna difícil para quem não entende
Para o que compreende, se torna impossível
O paraíso se torna sempre mais evidente
E em ideias, sua mente se afoga
Seu coração, fraco, apenas se afoba
Tarde para consertar o estrago
Pegou seu cigarro e deu um ultimo trago.
Leu um ultimo livro, e enfim, deu um ultimo tiro.

A atitude teve um sinonimo
Seu ato infantil se tornou um epónimo.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Apenas uma partida

Antes que fosse tarde para amanhecer
E fosse cedo para se esquecer
Ela o amou uma ultima vez.
Seguidamente de 2 facadas
O amor se desfez.
Ele tacou seu corpo morto pela sacada
E pulou logo em seguida.
Não teve outra ida.
Apenas uma partida.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Abri a geladeira, peguei duas cervejas

Um problema de dedução lógica, talvez. Mas, meus caros amigos, o que vou lhes contar, nenhuma autoridade sabe.
Manhã de uma quarta feira. Conversava com meus amigos, Mary e Tim. Eles me falavam coisas horríveis. Tão horríveis quanto a maquiagem de Mary, que a deixava pálida, enquanto seu olho, todo sombreado de um preto tão escuro quanto as mais profundas fossas abissais, demonstrava pânico à medida que Tim chegava a tal parte da história. Eu era muito leal, mas minha segunda intenção não. Coisas feitas com Damien, experimentos químicos, como encher seus pulmões com nitrogénio liquido, após darem a ele um chá com o veneno mortal de uma planta rara do deserto. Eu fiquei abismado quando soube que Damien teria tido esse fim trágico. Lou chegou. Ele havia trazido o meu café, preto e forte. Precisava de muita cafeína, pois, embora por fora eu parecia simpático, a minha mente trabalhava a todo instante. Me retirei junto a Lou. Na verdade encontrei Mary a caminho do parque naquele nublado meio de semana. Ela, como era educada, mesmo não sendo enquanto matava homens em vão, me chamou para encontrar Tim no parque. Ela disse que queria me contar alguma coisa. Saí de casa mais para encontrar Lou no parque, exatamente as 9:30, tínhamos um compromisso, do que vagar com ela, mas já que tínhamos o mesmo destino, fui.
Logo após o assunto acabar, eu e Lou nos retiramos do local. Eu havia pensado em algo. Como estava lotado em dividas e pretendia fugir, pensei em fazer algo mau antes. Contei a Lou meu plano, ele calado aceitou. Na verdade, a única coisa que eu disse é que sábado, às 14:00 horas, ele deveria interfonar no meu apartamento. Fui com Lou até a casa de sua mãe, e depois, voltei para meu apartamento. Liguei para Mary, e convidei ela e Tim para um churrasco no sábado. Comprei carvão e carne no mercado com um cheque sem fundo... mas até descobrirem, já estaria longe. Voltei para casa, abri a geladeira e tomei uma cerveja enquanto assistia ao fim do meu programa favorito.
Passou quinta feira, e na sexta, fui até a casa de meu tio pegar 2 churrasqueiras portáteis. Cheguei, as instalei no banheiro. Sábado veio rápido e, 30 minutos atrasados, eles chegaram 13:30. Conversamos um pouco e então, pedi para Tim ir de carro buscar mais carne, pois tinha esquecido de comprar. Enquanto ele saiu, disse para Mary se sentar. Abri a geladeira e peguei duas cervejas. Empatia. Ofereci uma a ela, ela aceitou. Fiz que voltei para a cozinha, mas dei a volta no sofá. Peguei na boca dela por trás, enquanto minha outra mão agilmente a asfixiava. 2 minutos nessa posição e ela estava em um lugar melhor, mas, só por precaução, a amarrei e coloquei fita em sua boca. Arrastei seu corpo ao banheiro, e lá, esvaziei seus bolsos. Tim voltou com as carnes. Agradeci, coloquei na mesa. Peguei a faca, e fui cortar a carne. Disse a ele que Mary havia ido ao banheiro. E ela estava lá mesmo. Abri a geladeira, peguei duas cervejas. Empatia. Dei uma a ele, e ele me disse "Sabe, acho que fomos duros demais com Damien, sei que você era amigo dele, de infância aliás, mas achei que ia querer nos matar por isso, ele disse rindo, Gostei que me chamou". Um sorriso apareceu no meu rosto. Nesse mesmo momento, agarrei a faca mais firme, me virei e cravei ela no seu peito. Ele, com os olhos esbugalhados e espantados, gemeu. Agarrei ele pelo colarinho da camiseta, e o arrastei até o banheiro. Mary estava viva, Tim também. Os deixei ali, e antes de sair do banheiro, chutei a cabeça de Tim. Voltei para a cozinha, peguei o carvão e acendi as duas churrasqueiras no banheiro. O interfone tocou. Saí e tranquei o banheiro, depois joguei a chave pela janela. Desci pelas escadas, o porteiro me disse que o alguel estava atrasado. Respondi algo como "vá se foder" e fui com Lou, confuso, até a rodoviária, comprei uma passagem pro próximo ônibus. Estava indo para São Paulo.
Lá, na rodoviária vi uma banca, nela, um jornal estampava : "Rapaz se tranca no banheiro com sua namorada e duas churrasqueiras acesas". Li a chamada e lá estava assim : O rapaz, aparentemente, após amarrar sua namorada e asfixia-la, ligou as churrasqueiras, trancou a porta e deu descarga na chave. Ele se suicidou."

Anorexia e amor

Eu te amo tão superficialmente, quanto os meus ossos sob a minha pele, sem carne. Amo tão silenciosamente, quanto um ladrão anda sem querer disparar o alarme. Eu odeio ter que admitir, mas sem você, eu iria continuar a existir. Agora só penso em cada dia ficar menor, e quem sabe, você também irá pesar menos em minha mente.

Não correspondido

Deitado, ao lado dela, vendo as nuvens deixarem o Sol aparecer, por dentro, meu coração gela, enquanto ela canta para se esquecer. Tantas noites foram perdidas, agora, sentindo apenas a leve brisa, ela insiste em se lembrar de um tempo perdido, mas que para mim, não tinha ido. Gritos ecoando em minha alma vazia, me lembrando de cada dia, de cada dia. Em especial, o dia em que eu passei mal, e quase quis voltar para a rua movimentada, olhei para trás, e alguém estava a beijando, não sabia se era eu, ou ela que devia ser atropelada. E como já disse antes, não havia esquecido disso, pois com a memória que me deram, essas histórias viraram terríveis contos, que aos poucos, me desesperam. Deitado, ao lado dela, vendo os sonhos voltarem, eu apenas inclino o meu rosto e ali, não consigo enxergar nenhum desgosto.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Algumas frases

Mesmo estando longe da sua mente, continua sendo forte sua pronuncia, um amor inconsequente com gosto de enorme renuncia.

-

Não importa a sequencia dos fatos se o fim é sempre o mesmo.

-

Eu não desejo a morte assim como pensam, eu só penso como quem morre desejando viver.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Morte

Muitos na sala de espera, na sala de espera prestes a serem chamados. Como eles têm sorte, pena que ficam apavorados. Muitos não esperam, não esperam e vão até a morte. Como são sortudos, pena que são imaturos. Eu vivo, eu vivo e não aguento. Eu espero e perco a paciência. Eu vou até a morte, e o medo atrasa a consequência.

Tranquilo momento

Com o som ligado, na minha escura e sombria sala
Tranquilo momento nostálgico, ao fundo, uma musica que fala
"Não olhe para trás, para não ver o perigo"
Imaginei aquele dia, quando com um toque você me chamou
Eu não tinha te reconhecido, Mas junto com a chuva você chegou.
Surpreendentemente linda, eu tive de estranhar.
O tempo tinha passado, e eu ainda, não havia me apaixonado
Igual por você, e então, você me disse que estava grávida
Minha face deslizava, eu estava no chão, minha fala ficou paralisada.
Tanto tempo esperando para te ver, sabia que eu teria uma surpresa
Mas, ali, naquele momento de pura estranheza, eu te parabenizei.
E hoje, em minha solidão, em minha única carta que eu deixei
Você irá ler : " Tenha sorte em sua vida, não faça como eu
Não se resuma em uma partida. "

Preso

E então, levemente subia as escadas
Para chegar em seu cômodo preferido
Para olhar na janela, procurando seu amor escondido
Haviam vários posteres dela em seu quarto
Mas, sua memória, que mais parecia um armário
Em vez de roupas, em vez de diário
Havia lembranças de um presidiário
Que tinha em sua mente,
O seu amor preso, um amor inconsequente

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Garota Rockabilly

Entre um povo clichê e outro, ela fica no meio
Tem opnião formada sobre aborto, e de posers, está de saco cheio.
Um mundo meio pop art é o que ela deseja
Filmes bons, não importa a década que seja.

Garota rocka, rocka, rockabilly
Garota rocka, rocka, rockabilly
Rocka, rocka, rockabilly !

Uma paixão estilo Johnny e June
Faça você mesmo, e os fracos se unem
Garotos topetudos, mostram o poder
Levante o seu, se quiser ter

Garota rocka, rocka, rockabilly
Garota rocka, rocka, rockabilly
Rocka, rocka, rockabilly !

Deixar de viver

Eu imagino a sua voz, eu imagino o seu cheiro, e então eu posso sentir aquele desespero como sempre, como sempre estou sozinho, não posso te tocar nem te ver, posso apenas imaginar como seria bom te conhecer. Estou fraco, estou perdendo minha fome, agora posso sentir as vagarosas batidas do meu coração, batendo levemente no meu pulso e a coisa mais pesada que se tem é aquela lágrima que escorre desenhando o meu rosto espantado. Você está tão perto, não sei se sou eu que estou ficando louco, mas posso sentir a sua respiração, enquanto te abraço. Mas não, eu estou sozinho, encostado na parede do meu quarto. Tudo está trancado, as janelas não mostram a luz do dia. Tudo o que eu sei, é o que eu não posso fazer. Estou sozinho, prestes a adormecer, acho que não vou resistir. Minha morte será tranquila, fácil de se lidar. Difícil era viver para você sem poder te ter. Novamente, irei sonhar com o seu rosto, mas agora, sonharei pela eternidade.

Seu medo

Até o caminho do meu catarro, que sai dos meus pulmões direto para a cara de um sujeito é mais lento que o seu medo, suspeito. Suspire, inspire até os mais durões, faça eles chorarem, arranque seus corações. Estarei ao lado observando, respirando por tubos, coçando o saco. Quanto você terminar, já irá ter acabado. E então, finalmente eu irei sorrir de felicidade, você não foi perfeita dessa vez.

Sentimento fingido

Sim, criança eu sou, brinquei com os seus sentimentos, em breves momentos até eu pensava que podia mesmo te amar. Que tolo poderia acreditar ? Provou mais uma vez ser esperta, você aprende rápido, é tão culta e alerta. Meus pêsames por aqueles ataques idiotas e um sentimentalismo meloso, ligados por um coração medroso. Não seria uma difícil opção me odiar, quando estava tão fácil querer me matar, mas na verdade eu não me importava. Não me importava com você, e eu sei que isso te alivia, eu conheço muito bem tudo aquilo que você sentia. Ainda dói pra você me ver aqui, ainda é engraçado te ver sorrir. Não esperava que você aguentaria tanto, não pensei que você acreditou que eu estava em prantos.

Telefonema



Quando ela atendeu o telefone, me esqueci de tudo... dos problemas, das cobranças. apenas não esqueci de viver, pois meu motivo estava lá. sussurrando as palavras certas no tom mais doce e suave possível. sentia que ela me abraçava naquele frio inverno, ela me dizia que agente iria se ver e que tudo que ela esperava era me ouvir. senti seus braços envolvendo meu corpo em uma sintonia perfeita naquele breve momento, que não durou mais de um minuto. eu dizia para ela que a amava, e que de tudo fazia apenas para vê-la. encontrei o amor onde menos esperava, senti sem saber se era real, ouvi palavras que nunca mais ouvi coisa igual. suspirei o mais doce dos sonhos. naquela noite a lua brilhou mais, as estrelas estavam incomparáveis, no céu eu via seu sorriso, ao meu lado o teu coração.

4:23



E então, o sangue escorreu em minha faca, uma vez, foi o sangue que me corroeu, deixou minha alma fraca.Ele ultrapassou os limites do metal e caiu em minha bota, que estava suja de cal. A madrugada corria lentamente, tive tempo de arrasta-la para o jardim, ainda consciente. A deixei ali, agonizando um pouco, enquanto agarrei a pá e a ameacei, para seu sufoco. Para o seu sufoco, eu tinha algo pior, retirei a ameaça e comecei a cavar em um lugar que me parecia melhor. Em baixo da árvore, no mesmo lugar em que meu coração havia virado mármore. Aonde eu soube que aquilo não me levava a nada, e só a matar faria minha mente ficar aliviada. Terminei, voltei e ela havia se arrastado até perto da porta, chutei sua perna até ficar torta. Então, terminei o serviço, marquei a pá a altura do pescoço e a voltei, com a força certa para despedaçar um osso.
A peguei no colo uma ultima vez, e a joguei no buraco, exactamente às 4:23.

Construiu

Não queria mais sentir calor, nem frio.
Um ultimo suspiro, um ultimo arrepio.
Arrepio de quem foi tudo de madrugada
Mas logo pela manhã, já não será mais nada.
Antes que fosse cedo, sentiu as estrelas pesando
Seu breve sossego. À sombra do luar,
Assombrado por flutuar, em sua mente
Que só pensava em voar.
Construiu, um belo lugar.
Construiu, o seu lar.
Finalmente, pôde repousar. E ao seu lado
Novamente ela ia estar.